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Os Estados Unidos e a América Latina no século XIX

Reprodução


A Revolução Francesa teve influência na Revolução dos Estados Unidos e na Haitiana, que por sua vez influenciou as revoltas brasileiras.
O objetivo de relacionar as revoltas é chamar a atenção da influência das mídias, e o formato das notícias sobre os horrores da revolução haitiana. Tendo mais evidência nas notícias que em seu discurso “satanizavam” o movimento que o mesmo não servisse de exemplo a ser seguido.
Afirmamos isso devido as dificuldades de encontrar produtores que apoiassem o filme sobre a revolta do Haiti, um movimento comandado por escravos.


Recortamos um pedaço da entrevista do Ator Danny Glover que é militante de direitos civis, o mesmo vem enfrentando dificuldades para arrecadação de apoio para a produção da cinebiografia de L’ Ouverture. Ele planeja uma produção ousada de U$$ 30 milhões.

 “Vocês não podem imaginar a quantidade de produtores que encontrei nos Estados Unidos e na Europa. Eles diziam ‘é um projeto magnífico’, mas logo depois perguntavam: ‘é um filme de negros?’”, declarou o ator, em uma convenção na Cinemateca de Paris.

A Professora Diva Damato (professora aposentada de Letras Modernas na USP e pesquisadora da Literatura Caribenha):

"A resistência de produtores em patrocinar o longa-metragem não soa como novidade “Um filme sobre a revolução dos negros abriria feridas na Espanha, em Portugal, na Inglaterra. Inclusive na França, cuja elite atual é descendente dos mercadores de escravos”, diz. Segundo ela, o Caribe como um todo produziu sobre L’Ouverture livros, música, teatro, mas nenhuma obra cinematográfica. “Há uma vasta produção literária, mas realmente falta um filme.” A peça teatral Senhor Toussaint (1961), de Édouard Glissant, da Martinica, por exemplo, narra poeticamente os últimos momentos do líder haitiano, ensandecido pelo isolamento, conversando com fantasmas. Glissant é frequentemente cotado para o Prêmio Nobel de Literatura e deverá ser uma das fontes inspiradoras de Glover para a realização do filme."


Um homem em movimento

             Conhecido pelos filmes que protagonizou especialmente dos anos 1980 para cá, Danny Glover é ainda mais atuante como cidadão engajado em melhorar o mundo.

Sua experiência como produtor baseia-se nessa ideia?

"Há sete anos criei, com minha extraordinária e maravilhosa parceira de produção, Joslyn Barnes, a L’Ouverture Films. Partimos da premissa de criar conteúdo que reflita histórias das pessoas pelo mundo. Produzimos um filme sobre o furacão em Nova Orleans, As Águas de Katrina (2008, de Carl Deal­ e Tia Lessin), que foi indicado ao Oscar. Há um documentário sobre a música do movimento pelos direitos civis, Soundtrack for a Revolution (2009, de Bill Guttentag e Dan Sturman). Também produzimos Tio Boonmee, Que Consegue Lembrar das Suas­ Vidas Passadas, do tailandês Apichatpong Weerasethakul, Palma de Ouro em Cannes em 2010. E ainda Bamako, do extraordinário diretor Abderrahmane Sissako, do Mali, no oeste africano, sobre a crise da dívida. "



Seria possível pensar hoje em algo como a United Artists, a produtora criada nos anos 1920 por figuras como Charles Chaplin e D.W. Griffith, que reunia talentos independentes da indústria americana?

"Primeiro, vamos falar sobre essa indústria. Ela tenta institucionalizar a imagem do mundo. No caso dos Estados Unidos, isso tem consequências globais: é a ferramenta usada pelo império para estabilizar seu poder. Quando esse império vive uma angústia ou crise, pode haver mais lançamentos desse ou daquele gênero com esse objetivo. Mas é possível encontrar formas nas quais um grupo pode se unir para estabelecer outros critérios e modos de contar uma história. O problema é o quanto foi institucionalizado que a indústria deve separar-se da vida real, funcionar como válvula de escape ou mecanismo de fantasia, longe do que está ligado à cultura e à vida das pessoas. Cultura é simplesmente a manifestação da experiência das pessoas, a história, a visão, quem são, a que aspiram."






Professores, além de trabalhar a mídia impressa, vamos abordar a questão de gênero e o silenciamento em relação aos não homenageados que influenciaram no sucesso da revolução do Hayti, como muitas mulheres.


"Suzanne Sanité Bélair é tida como uma Heroína da revolução Haitiana e em 2004, apareceu na nota de 10 gourde, para a série comemorativa do "Bicentenário do Haiti".Suzanne Sanité Bélair, descrita como a Tigresa da Revolução era uma afranchi (pessoa preta livre) que participou ativamente na luta contra a escravidão, ela serviu ao exército de Toussaint L’Ouverture como sargento e devido a suas habilidades e conquistas tornou-se uma tenente liderando a maioria das batalhas em sua cidade natal, L'Artibonite e responsável pelo levante de quase toda a população escravizada, contra seus senhores de escravos.. Ganhou ainda mais destaque ao participar do confronto com o exército de Napoleão. Infelizmente Bélair é capturada pelos franceses e em 5 de outubro de 1802 é condenada à morte por decapitação e mesmo diante a morte ela manteve sua bravura e se recusou a por a venda e em seu ultimo ato - “Ela gritou para o seu povo "Viv Libète anba esklavaj!” - ("Liberdade, não para a escravidão!")” [3]"

Deixamos aqui o link da entrevista na íntegra citando outras mulheres influentes na batalha.



Autor do post
Priscila Maria
Universidade Estácio de Sá 2018
Licenciatura em História



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